terça-feira, 30 de junho de 2015

Don Segundo Sombra

Don Segundo Sombra é uma novela rural, escrita por Ricardo Guiraldes
desenho inspirado no personagem do filme Don Segundo Sombra

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Galpão Nativo Jayme Caetano Braun


Meu velho galpão de estância
Da pampa verde-amarela
Que ficou de sentinela

Da história de nossa infância
És um marco na distância
Da velha capitania
Porque foste a sacristia
Do batismo do gaúcho
Quando moldou-se o debucho
Da pátria que amanhecia
Quinchado de santa fé
Oito esteios, pau a pique
Até parece um cacique
Todo emprumado de pé
O legendário sepé
Legítimo rei no trono
Que desde o primeiro entono
Trazia a pátria nos tentos
Anunciando aos quatro ventos
Que esta pátria tinha dono
Velho bivaque nativo
Encravado na cochilha
Palanque de curunilha
Do rio grande primitivo
Altar do fogo votivo
Que um dia o guasca acendeu
E aceso permaneceu
Bordado de picumãs
Anunciando aos amanhãs
Que o gaúcho não morreu
Não existe nada igual
Em qualquer parte do mundo
Como o vínculo profundo
Do galpão tradicional
Que esse fogão ancestral
Que acalenta e arrebata
Nesta velha casamata
Onde o guasca viu a luz
Galpão que a história traduz
Como oficina de pátria
Foi aqui que se fundiu
Aqueles velhos modelos
Que serviram de sinuelos
Da pátria que constituíram
Da pátria que construíram
Que a isso se propuseram
E nunca se detiveram
Porque nunca se detinham
Pra perguntar de onde vinham
Nem tampouco quantos eram
Foi aqui que descansaram
Depois das lides guerreiras
Os centauros das fronteiras
Que irmanados chimarrearam
E foi daqui que marcharam
Os andejos e os gaudérios
Negros e mulatos sérios
E tapejaras errantes
Gaúchos e bandeirantes
Rasgadores de hemisfério
O grande poeta balbino
Marque da rocha escreveu
Que o riograndense cresceu
Dono do próprio destino
Peleando desde menino
Criado longe do pai
E é ele que um dia vai
De boleadeira e de vincha
E trás o brasil na cincha
Pras barrancas do uruguai
Esse é o galpão que cultuamos
Esse é o galpão que queremos
Esse é o galpão que erguemos
E o galpão que conservamos
Como dizia rui ramos
Velho tribuno imponente
Um pedaço de presente
E um pedaço de passado
E futuro enraizado
No subsolo da gente
Essa legenda, essa história
Essa história, essa legenda
Desta rústica vivenda
Da luta demarcatória
Da luta emancipatória
Da velha pátria comum
Não há preconceito algum
No velho galpão campeiro
Ao pé de cujo braseiro
Sempre há lugar pra mais um
Tribunal e refeitório
De maulas e milicianos
De charruas e milicianos
Sem pátria nem território
Hoje és, galpão, repertório
Daquelas charlas fraternas
E das lembranças eternas
Das saudades que ficaram
Dos centauros que matearam
Nos teus cepos de três pernas
Porém te resta o encargo
Velho galpão ancestral
Legendária catedral
De pátria e de pampa largo
No ritual de mate amargo
Ainda existe cevadura
És um templo na planura
De paz, amor e carinho
Pra iluminar o caminho
Da grande pátria futura
Mas se não houver campo aberto
Lá em cima quando eu me for
Um galpão acolhedor
De santa fé bem coberto
Um pingo pastando perto
Só de pensar me comovo
Eu juro pelo meu povo
Nem todo o céu me segura
Retorno a velha planura

Pra ser gaúcho de novo

https://www.facebook.com/ciro.saracoldaconceicao

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

de zitarrosa a yupanqui


fiz o que pude para para tentar deixa-los o mais parecidos...

Alfredo Zitarrosa (trecho da musica guitarra negra)

Cómo haré para tomarte en mis adentros, guitarra… Cómo haré para que sientas mi torpe amor, mis ganas de sonarte entera y mía… Cómo se toca tu carne de aire, tu oloroso tacto, tu corazón sin hambre, tu silencio en el puente, tu cuerda quinta, tu bordón macho y oscuro, tus parientes cantores, tus tres almas, conversadoras como niñas… Cómo se puede amarte sin dolor, sin apuro, sin testigos, sin manos que te ofendan… Cómo traspasarte mis hombres y mujeres bien queridos, guitarra; mis amores ajenos, mi certeza de amarte como pocos… Cómo entregarte todos esos nombres y esa sangre, sin inundar tu corazón de sombras, de temblores y muerte, de ceniza, de soledad y rabia, de silencio, de lágrimas idiotas…

Atahualpa Yupanqui (trecho da musica guitarra dímelo tú )

Si yo le pregunto al mundo,
el mundo me ha de engañar,
cada cual cree que no cambia,
y que cambian los demás.
Y paso las madrugadas,
buscando un rayo de luz,
¿ porqué la noche es tan larga ¿.
Guitarra, dímelo tú.
Se vuelve cruda mentira,
lo que ayer fue tierna verdad,
y hasta la tierra fecunda,
se convierte en arenal.
Y paso las madrugadas,
buscando un rayo de luz,
¿ porqué la noche es tan larga ¿.
Guitarra, dímelo tú..

terça-feira, 23 de agosto de 2011

desenhos em nanquim


guitarra y voz


cuia, cambona e "alparagatitas de corda" (inspirado na musica de Mauro Morais Cuia e cambona)


frente al rancho


no dejes que muera el sonido (mano de Yupanqui)


clube da esquila (simples homenagem a Pirisca Grecco e La Comparsa Eletrica)

El "Cuervo" Pajon

sábado, 2 de julho de 2011

Dilvo Soares


Créditos também para o cantor e amigo Lisandro Amaral por ter cedido a foto de seu acervo pessoal

segunda-feira, 20 de junho de 2011

"...depois da lida"...

desenho feito em 2011

Depois da lida
Autor Roberto Huerta/César Oliveira, Rpberto Huerta


No ranchito já me espera a companheira
Com um amargo , bem cevado, só pra mim
E na estrada quando ela vê a poeira
Fica feliz porque meu dia chaga ao fim

Me recebe com um sorriso cristalino
E já indaga como está o meu cansaço
Então eu digo que me sinto um menino
Quando estou no aconhego dos seus braços

(E me beija perguntando do meu do meu dia
E me diz em um segundo o que fez
A saudade é tanta que parecia
Que ela não me via a mais de um mês

A noite quente vem chegando sorradeira
E seu olhar já atiça os meus sentidos
Ela insinua que existe uma mulher
Toda minha dentro do vestido)

Prometo tanta coisa prá minha linda
Até arco-iris cheio de cor
Pois ela sabe que minha fortuna
Se resume só seu amor

A rebeldia seresteira das aguadas
Pede garupa no lombo do vento
E nos faz uma serenata campeira
Qunado entra pelo rancho a dentro

desenho feito em 2006

domingo, 27 de março de 2011

Sei que demorou!!



( www.troca-tapas.blogspot.com )

Não sei bem o que falar (pra ser mais exato teclar) nessa postagem. Mas posso dizer que ela demorou pra acontecer. Essa postagem é na verdade uma homenagem a uma pessoa que me inspirou no decorrer de meus desenhos com criticas e conselhos, pois ela sem saber ela me incentivou a desenhar como ela.
Mas essa pessoa que falo ficou um bom tempo sem desenhar, mas por ela ser uma pessoa com um diferencial ela inovou e de uns anos pra ca ela voltou a desenhar de uma forma diferente e inovadora. E com um sentimento e verdadeiro que me arrepia.
Essa pessoa que falo vi e cresci com ela na verdade é minha irmã mais velha Bruna Saraçol da Conceição que não é por ser minha irmã, mas ela tem um talento e criatividade muito grande no que faz.
e pra mostrar um pouco só do que ela é capaz mostro a vocês 2 presentes que tive o prazer de ganhar dela e ela faz sobre encomenda e a gosto de todos.





Desenho da camiseta inspirado no berega (pedido meu)


Desenho da camiseta inspirado num desenho de Ciro Saraçol ,camiseta feita a um grande amigo MEU IRMÃO Iuri Saraçol.





Camiseta feita sob encomenda inspirada no desenho de BYRATA (alpargatas0

Un poco de la simplicidad



No dia 26/02/2011 numa viajem por Montevideo tive o prazer de encontrar e "hablar un poco con Alvaro Manuel Saralegui Rosé" ( www.saraleguiacuarelas.com ) grande desenhista e pintor dos pagos uruguaios, como foi uma passagem rápida pela cidade infelizmente não pude falar muito .
Mas pude comprar uma de suas obras que achei muito linda uma paleteada.



Seu trabalho consiste principalmente em lugares e personagens típicos de cidadãos das zonas rurais eo meio ambiente: as praias, morros, montanhas, ruas, praças, edifícios e outras paisagens do Uruguai é o seu tema.

1948 Nascido em Montevidéu. em 11 de agosto. Seus primeiros passos no desenho e pintura do local com seu avô, Mestre Manuel Rosé, com a qual convive.

1967-70 estudou na Escola de Artes Aplicadas e graduou-se com professores excepcionais, tais como ilustrador e publicidade gráfica.

1980 Faça curso de Pintura e Desenho na Casa Municipal da Cultura (Prado).

1981-89 workshop Make Art Nudes-A com importantes artistas.

Participa de diversas exposições de pinturas em quartos diferentes: Republic Bank, Anglo-uruguaio Instituto Workshop La Vieja Bodega (Maldonado); Círculo Tênis; LATU; Rural del Prado: Inscrito na 46 º Salão de Artes Visuais.

1990-1999 continua a mostrar seu trabalho e salas de eventos temáticos: Hotel Argentino Piriápolis; Estabelecimento Pueblo Chico (Canelones), Hosteria La Fortaleza (Vila Serrana) Chá & Associates Consulting, Programa de TV em SODRE, ilustrados com desenhos promoção eqüinos revista "Horses".

2000 Inscrito duas obras na Câmara Municipal Week "Crioulo".

2001-2004 negócio começa com "Manos del Uruguay" e "Feito Aqui".

Expostos juntamente com outros artistas APEU no Molino de Pérez e do Círculo Católico.

8 são selecionados a partir de suas obras para ilustrar os bilhetes da Loteria Nacional.

Digite o pessoal da revista cobre Estate ilustrando e artigos de jornal.

Inscrito para ilustrar cartões de Natal "Children's Villages".

Se junta ao grupo de pintores de Mercado del Puerto de Montevidéu.

2005 Exposição de Pintura no Museu de moeda e BROU del Gaucho com uma retrospectiva de seu avô, "Rosa de dois pontos."

Conjunto de exposições com artistas do Mercado del Puerto na Embaixada do Chile.

Exibe o carvão e aguarela cavalos na Expo-Prado, sendo nomeado um de seus trabalhos pra entregar o vencedor do "Campeão Criollo".

Ele viaja para Paris onde teve a oportunidade de conhecer importantes museus de arte, visitar a casa dos impressionistas: Monet e Sisley, aquarelas pintadas no Centro Pompidou e exposição com o tema do tango na Embaixada do Uruguai, em Paris.

2006 Participa da exposição "Pintores do Prado", em Montevidéu Círculo de Ténis.

Novamente nós selecionamos duas das suas aquarelas para jogar em cartões de Natal por "SOS Children's Villages."

2007 continua a pintar no Mercado del Puerto.
Envolvido com duas obras na amostra colectiva "Pintores Prado 'no tênis Circle Montevideoevideo

Colabora com seus desenhos e aquarelas na edição da revista "Real", ilustrando capas e artigos de jornal.

2008 foi uma de suas aquarelas selecionadas para a capa da revista "Café Latino", publicado em Paris.

Mais uma vez participar no "Pintores do Prado a exposição Círculo de Montevidéu, Ténis, internadas em dois trabalhos.

Continuar a trabalhar no Mercado del Puerto e da revista "raízes".

2009 fez uma série de aquarelas sobre artigos "Boliches de Montevidéu", ilustrando o escritor Juan A. Varese por 'real' da revista. Ele também pinta paisagens de Vila do cólon para o início da revista.

Expõe no Circulo de Tênis de Montevidéu na exposição anual da "Pintores do Prado."
O trabalho continua no Mercado del Puerto, onde os contactos com uruguaios e estrangeiros expondo e oferecendo seus trabalhos.


Un poco de la simplicidad



quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Cabanha La Gringa



Batendo Casco

Composição: Mauro Moraes


Num trote fronteiro de atirar o freio,
vou topando o vento, só por desaforo
De ganhar a vida num gateado oveiro,
loco de faceiro, junto dos cachorros

Pelo campo-fora, pelas campereadas,
apresilho os olhos num florear lindaço
De arrastar pra o toso as "ovelha-mestra",
e tudo que não presta de arredor do rancho

Me pilcho bem lindo, tipo pro namoro
Cabresteando as rugas deste amor bagual
Que ao "cambiar" das léguas, vai boleando a perna
Pra Santana Velha do Rio Uruguai

De sovéu bem curto "vamo" meu cavalo,
amagando pealos nesses mundaréu
Atorando as chircas numa manga d'água,
amadrinhando a mágoa sem "tirá" o chapéu

"Semo" um do outro sem "rasgá" baixeiro,
adelgaçando o pelo neste manancial
Aparando as crinas, do pescoço a orelha,
de uma égua prenha sem "passa" o buçal


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Seguindo os conselhos de um mestre!!!


Esse desenho que hoje venho postar dei inicio pouco antes da feira da mostra da faca artesanal. Achei que seria mais uma obra(desenho rabisco) inacabado como vários que tenho.
Mas no domingo tive o prazer de conversar com um dos ícones desse Rio Grande do Sul, e se assim é que posso chama lo Tio Telmo de Lima Freitas e ao ver esse desenho que recém criava "vida" ele ao ver que o cavalo ia ser bragado disse "tens que chamar esse cavalo de cavalo DAMASCO (referindo-se a um tipo de aço usado na fabricação de facas artesanais).
Me deu algumas idéias e conselhos e o principal um convite para visitá lo.
Com toda essa história depois de fazer o desenho que ele pediu-me acabei fazendo, 1º por ser de uma imagem bonita e verdadeira, depois de tantos elogios quem não faria?
Mas nessa imagem quem está presente é Gabriela Rios de Fonseca com sua égua Riscada da Santa Flora.



seguindo os conselhos de um mestre!!!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Tio Telmo



A DOMA

Autor: Telmo de Lima Freitas


A lua foi testemunha,
Já quase clareando o dia,
O redomão Ventania
Não aceitou o baixeiro.
Bufou ao sentir o cheiro
Das garras do domador,
Num jeito provocador
Se parou “embodocado”
E quando foi apertado
Saiu semeando pavor.

Depois que as coisas chegaram
Aos seus devidos lugares,
Saltava grama pra os ares
No compasso da “soiteira”,
É lindo ouvir a zoeira
De um ginete que se agarra
E, pra completar a farra
Um “pi bi bi ú hu hu “
E o rabo de tatu
Num floreio de chamarra.

Pois bem, agora sou eu
Que te convido, gateado,
Tu me tiraste apurado
Com o primeiro “corcovo”,
Com esta tunda te provo
Que leva por merecer,
Quero fazer tu perder
Esse teu jeitão de louco
Porque senão, daqui um pouco,
Tu periga me vencer.

Dava gosto ouvir a prosa
Do ginete conversando
E o ventena se apoucando,
Num repasso de chilena,
Se terminou o pavena,
Metido a bicho-papão,
Quando voltou pra o galpão
Não era o mesmo gateado,
Tranqueando devirilhado,
Quase de rédea no chão.

Cavalo, às vezes precisa
Levar algum corretivo
O instinto primitivo
Insiste em libertá-lo,
É por isso que o cavalo,
Desde o primeiro floreio
Precisa levar um costeio,
Fincar-lhe num pau-de-arrasto,
Depois, em baixo do basto
Ele conhece o arreio.

Gosto que o potro conheça
O assobio de macaco,
Por mais que seja velhaco,
Cheio de baldas e manhas,
Acostumado co’as ganhas,
Metido a corcoveador,
Às vezes, manoteador,
Sem perder uma parada,
Cada dia, uma encilhada,
Obedece ao domador.

Primeira sova, segunda,
Depois, cavalo de freio,
Que na quina de um rodeio,
Ganha medalha de ouro,
Flor de cavalo, de estouro,
Bom de rédea e fachudaço,
Sabe encostar pra um abraço,
Sabe fazer galanteio,
Quando chega num jardeio,
Ensina a atirar o laço.

As prendas gostam demais
De ver o seu pretendente,
Quando chega sorridente,
Numa manhã de domingo,
Montado naquele pingo,
Enfrenado com capricho,
Quando passa no bolicho
Ele redobra o entono
Porque sabe que o seu dono
Vai rever o seu cambicho.

Conhecimento na doma,
Coragem e habilidade,
Com toda a modernidade
Servirão de ensinamentos,
O velho laço nos tentos,
Poncho emalado e chapéu,
Cabresto forte e sovéu
Serão o seu passaporte
Pra aquele que tiver sorte
De apear na porta do céu







imagem de seu acervo pessoal